
Nos últimos meses muito se tem falado deste novo tipo de portáteis em especial o Eee PC da Asus, o primeiro modelo a chegar ao mercado. Mas de onde veio este novo conceito de portátil que fez com que praticamente todos os grandes fabricantes quisessem entrar no mercado? Tudo começou com o projecto OLPC (One Laptop Per Child, Inc), uma organização sem fins lucrativos com o objectivo levar as novas tecnologias a todas as crianças do mundo, onde vários gigantes contribuíram como a AMD, o Google e a Intel. Esta última recentemente decidiu abandonar o projecto, muito provavelmente para se focar no mercado que se abriu nos países mais desenvolvidos onde podem ter lucros muito superiores. Mas voltando ao OLPC, este portátil bastante económico e simples despertou o interesse de muitos utilizadores que sentiam a falta de um computador apenas para criar pequenos documentos ou aceder à internet em qualquer lugar. Os fabricantes rapidamente perceberam o potencial que havia, principalmente após o lançamento do Eee PC que durante os primeiros tempos foi muito difícil de adquirir, a procura era muito superior à oferta. Neste momento temos marcas como a Asus, MSI, Acer, ECS, HP, Via entre outras a lançar os seus modelos, grande parte baseados na plataforma Intel, mais precisamente no Intel Atom.
Vou falar de alguns modelos que chegaram ao nosso país ou estão prestes a chegar, referindo as principais características e as diferenças entre eles. Comecemos pelo Eee PC 701 4G, com um preço actual de 249€ para a versão Gnu/Linux e 279€ para a Windows, chegou finalmente ao mercado nacional depois de constantes adiamentos, talvez um bocado tarde demais. Com um monitor de 7”, processador Intel Celeron M Ultra Low Voltage 353 a 900MHz, 512MB de memória e 4GB de disco (SSD) oferece o mínimo para navegar na internet e realizar algumas tarefas simples. A maior vantagem deste modelo será o seu peso (pouco mais de 900 gramas) e dimensões, no entanto o ecrã de 7” pode ser um entrave à sua aquisição. Já tive oportunidade de experimentar um e pessoalmente acho muito pequeno e a resolução de apenas 800x600 também não ajuda. Mas recentemente também saiu um modelo da Acer, o Aspire One. Já com o Intel Atom N270 (1.6Ghz), monitor de 8.9” (1204x600) e 8GB de disco por 299€ torna-se assim numa boa alternativa ao Eee PC, este modelo infelizmente não tive possibilidade de o ver ao vivo.
Enquanto não chega por cá o MSI Wind, vai aparecer um clone pelas mãos da Tsunami, com um lançamento previsto para a segunda semana de Agosto, o Moover T10 promete ser a proposta mais interessante utilizando um TFF de 10” (1024x600), o mesmo processador do Aspire One, 1GB de memória com possibilidade de expandir até 2GB, disco de 80GB (5400rpm) e com o Windows XP Home por 399€. Seria também interessante uma versão com Gnu/Linux, sempre tornaria este modelo mais acessível. O único problema deste T10 é a sua bateria, tal como acontece com o MSI Wind, de momento só existe disponível com baterias de 3 células. Ficando limitado a 3 horas de autonomia quando com uma de 6 células poderia chegar às 6 horas e perto de 7 horas se utilizarem Gnu/Linux (estes valores são em parte baseados na autonomia do Acer Aspire One).

Outro modelo que está quase a sair em Portugal é o Eee PC 901, este acabou de ser anunciado por um dos importadores da Asus em Portugal, não consegui saber ao certo o preço mas posso adiantar que vai haver duas versões, Windows e Gnu/Linux, em que a versão com o XP Home tem um disco de 12GB SSD e a Gnu/Linux vem com 20GB SSD. As características comuns são: Intel Atom N270, 1GB, TFT 8.9” (1024x600) e se não houver alterações para o mercado nacional bateria de 6 células. Também não sei qual será a data de lançamento, apenas soube que estavam a chegar depois de ter começado a escrever este artigo, mas como já está no catálogo de produtos do importador deve estar para muito breve.
Irão sair mais modelos nos próximos tempos, será interessante acompanhar as soluções não baseadas no Intel Atom onde se destaca o Via Nano, o Nvidia Tegra e o recentemente anunciado AMD Bobcat.
“Toda a gente” quer um Netbook e a pergunta que se impõe é: porquê? Será mesmo útil ter um portátil low-cost com capacidades limitadas? Do meu ponto de vista não passa de um gadget que muitos vão comprar apenas porque é engraçado e se não precisarem realmente dele para o dia-a-dia este vai acabar encostado lá em casa num canto qualquer a ganhar pó. No entanto creio que será muito útil para quem precisa de um portátil bastante leve e compacto para que se possa aceder à net em qualquer lugar através de uma Rede Wireless ou com uma Placa 3G, consultar e-mails, utilizar alguns documentos de trabalho, usar em férias para não ter de levar o desktop ou até mesmo um portátil normal e eventualmente pode ser um excelente primeiro computador para as crianças, aproveitando um bocado a ideia original do OLPC. Outro público-alvo será os estudantes, sendo na minha opinião os mais interessados nesta solução. Acho mesmo que o projecto e-escola devia utilizar este tipo de portáteis porque sejamos realistas grande parte dos jovens que aderiram a este programa querem o portátil para jogar, acabando por não ajudar propriamente nos estudos. O Netbook será também bastante útil para um estudante universitário quer esteja na área de Informática ou não.
Em conclusão, os Netbooks vieram para ficar, prometem evoluir bastante nos próximos tempos e com muitas empresas a apostar forte no desenvolvimento para estas plataformas serão uma séria ameaça aos portáteis de 11/13”. Podendo estes, do meu ponto de vista, desaparecerem do mercado ao fim de algum tempo.
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